sexta-feira, 28 de maio de 2010

seja lá o que for


'Há em você alguma coisa de mim. Alguma coisa que eu vejo e me acalma. Como se eu pudesse deitar de novo no lugar de onde vim, pois só você sabe que lugar é esse. Então você me entende... E eu não me entendo tanto quanto entendo de ti. Talvez isso seja amor.Talvez não. Seja lá o que for, é incondicional.'



Fernanda Young


Criança fica doente só conversando com adultos.

mais uma vez f.c.
Explicar
o
amor
é
diminuí-lo.

carpinejar

verdade chorosa

Tão raro usar a franqueza para falar coisas bonitas.

mais uma vez fabricio carpinejar... overdose de twitter dele, rs.

verdade minha

Eu me atraso sempre que tenho tempo de sobra.

f. carpinejar

Na paixão, fico enamorado por aquilo que não sou. No amor, finalmente me aceito.
F. Carpinejar

se prender


quinta-feira, 27 de maio de 2010

repleta, recheada, encoberta:


é sempre ele


...'Toda vida é muita vida: ela e tudo o que abraça com os seus longos braços de energia. Se fazemos diferença, que seja com amor. É ele, sempre ele, que faz a diferença mais linda.'
Ana Jácomo

quarta-feira, 26 de maio de 2010


"Não tenho participação nas duas principais decisões da vida: nascer e morrer. O que me leva a concluir que só posso fazer bobagem."


Fabrício Carpinejar

é só o amor


"O amor é a religião que vai transformar o mundo...
O querer bem, o querer bem do outro."
Fábio de Melo

quem não sabe?


delicadezas


' Mais sábios que os homens são os pássaros. Enfrentam as tempestades noturnas, tombam de seus ninhos, sofrem perdas, dilaceram suas histórias. Pela manhã, tem todos os motivos para se entristecer e reclamar, mas cantam agradecendo a Deus por mais um dia.'


Augusto Cury

Deixei meus sorrisos por ai espalhado.

Eu sempre deixo.

Não demora, eu tropeço num deles.

terça-feira, 25 de maio de 2010


dos temperos do dia a dia

O que dá, afinal, sabor à vida? Quero dizer, gosto, diferença, prazer em degustar, satisfação, bem estar. Inevitável fazer uma certa analogia com as comidas. Você pode fazer um mesmo arroz com feijão, por exemplo, de forma muito diferenciada, se for cuidadoso com os temperos, com a escolha dos ingredientes, com o capricho emprestado ao preparo, com o toque mágico dos olhos, com o carinho de quem gosta de estar a fazer oque está a fazer. E aí, existem os temperos, muitos deles, fresquinhos ou desidratados, intensos, suaves, multiplicados em inúmeras possibilidades de acordo com as combinações que sua imaginação lhe propuser. Depois disso que poderia-se chamar de 'ritual de preparo', você pode escolher colocar um bela mesa, com uma tolha florida, umas flores fresquinhas colhidas no jardim, expostas à mesa dentro daquela garrafa linda daquele vinho maravilhoso daquela outra noite inesquecível, e fazer desse momento, algo único, especial e ABSOLUTAMENTE PESSOAL. São suas escolhas, é a forma como você escolhe, e diz respeito apenas à você e à sua própria mesa. Penso algo parecido quanto ao rumo que damos às nossas vidas. Guardado o devido respeito aos demais, você pode fazer da sua vida oquê você bem quiser. Não pode? É!..., estou meio indignada hoje. Não gosto de olhares que censuram. Não gosto que me questionem sobre o que eu faço da minha vida. Pago minhas contas, meus impostos, e respondo pelos meus atos razoavelmente, e além de tudo, não dou a mínima para grandes conceitos de ética moral e cívica. Uma pessoa pode me contar qualquer coisa, eu vou sorrir e dizer: _ tá diboa?... então valeu! Não tenho nada a ver com o fato de fulano gostar de misturar alho e coentro, ou oregáno e páprica, ou se gosta de pouco sal. Eu adoro pimenta, adoro manjerona, alho, cebola, salsinha, cheiro verde, molho inglês, amo sal, muito sal, e gosto bastante de combinar temperos. Eu preparo, eu coloco a minha mesa, pago a minha comida, e no final, sou eu mesma que como. Se vou ter indigestão? Dane-se eu! fiz do jeito que eu queria, e sou grandinha pra arcar com as consequências. Sou boa de farmácia. Adoro remédios, porquê odeio sentir dor. Cada um sabe onde lhe apertam os calos, e esse é o meu. Me importo com as pessoas. Gosto de receber sorrisos. Carinho. Aprovação. Queria não ligar para as pessoas que censuram, mas ligo, e isso me rouba o apetite. Tenho vontade de perguntar se, só porque fazem de suas vidinhas uma comidinha muito da insossa, esperam que todos os demais sigam a vida sem desfrutar o sabor que a própria vida tem a nos oferecer?!... Eu penso o seguinte: A vida é um banquete, e toda vez que vejo uma pessoa se fartando de existência, subo no banquinho pra aplaudir, e gritar vivas, e tentar aprender um pouco mais. Ultrapassar limites de cotidiano é acrescentar tempero à vida. Manter o cotidiano porquê é assim que a pessoa curte, também é admirável. Legal é viver bem, e respeitar o viver bem dos outros. Podemos sim, sentar todos à mesma mesa, e saborear mil e uma histórias diferentes, e vibrar com elas, mesmo que com os temperos que não conhecemos, ou apreciemos. Então é isso, "cada um na sua, mas com alguma coisa em comum", todos comemos, vivemos, e comemos pra viver.'Mangia que te fa bene! '

quarta-feira, 19 de maio de 2010

perseverança isso:


“Quem tem "por que" viver é capaz de suportar qualquer "como"!”

Nietzsche

[suspiros...]


... eu te amo a perder de vista...
Mario Quintana

vê se entende...



"Sem elegância no coração, não há elegância."


Yves Saint-Laurent

...'Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes.'
Ana Jácomo

terça-feira, 18 de maio de 2010


das preferências...

Prefiro os mais silenciosos, os que abrem a boca de menos, os mais serenos e mais perigosos. Aqueles que ninguém define e que sempre analisam os fatos por um novo enfoque. Prefiro os que têm estoque aos que deixam tudo à mostra na vitrine.

Martha Medeiros

segunda-feira, 17 de maio de 2010

aiiin, que lindo...

"Por mais elegante, chique e bem comportada que uma mulher seja, ela vai se descabelar toda por causa de um vagabundo. É, ela vai descer do salto quando tiver ciúmes, vai chorar litros de lágrimas quando brigar com ele, vai dizer palavrões, coisas bizarras, mandá-lo para onde o sol não bate. É assim mesmo. Sempre irá haver uma sofisticada dama que morrerá de amores por um belo vagabundo."
A Dama e o Vagabundo
...'E a doçura é tanta que faz insuportável cócega na alma. Viver é mágico e inteiramente inexplicável."

Clarice Lispector

sexta-feira, 14 de maio de 2010

humor é muita delícia! rs









boazinha não!!!!!!!!!!!!!

Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos:mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação,e ela decorará o seu número.Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,da sua aura de mistério, de como ela tem classe:ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da suaperspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe,que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades,que ela é um avião no mundo dos negócios.Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade,seu bom gosto musical.Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.Descreva aí uma mulher boazinha.Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,cuida dos sobrinhos nos finais de semana.Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.Nunca teve um chilique.Nunca colocou os pés num show de rock. É queridinha.Pequeninha.Educadinha.Enfim, uma mulher boazinha.Fomos boazinhas por séculos.Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,crucifixo em cima da cama, tudo certinho.Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando umdesejo incontrolável de virar a mesa.Quietinhas, mas inquietas.Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes,estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.Pitchulinha é coisa de retardada.Quem gosta de diminutivos, definha.Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.As boazinhas não têm defeitos.Não têm atitude.Conformam-se com a coadjuvância.PH neutro.Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções,é o pior dos desaforos.Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,apressadas, é isso que somos hoje.Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.As “inhas” não moram mais aqui.Foram para o espaço, sozinhas.
Martha Medeiros


Você está sozinho… Em frente a TV, devora dois pacotes de doritos enquanto espera o telefone tocar.

Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha…Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmm

É a sua mãe, quem mais poderia ser?

Amor nenhum faz chamadas por telepatia.

Amor não atende com hora marcada.Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase “galinha”, sem disposição para relacionamentos sérios.Ele passa batido e você nem aí.

Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido, desconfiado, cheio de olheiras….E o amor dá meia – volta, volver….

Por que o amor nunca chega na hora certa?Agora, por exemplo…Que você está de banho tomado, com camisa e jeans?Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana?Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz?Agora que você está com o coração as moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.Você passa uma festa inteira hipnotizando alguém que nem te enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos para você.

Ou então fica arrasado porque não foi à praia no final de semana.Toda sua turma está lá, azarando-se uns aos outros.Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.

O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.O jeito é redirecionar o radar, para norte, sul, leste e oeste.

Seu amor pode estar num corredor de supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole.

O amor está em todos os lugares, você que não procura direito!A primeira lição está dada:“O amor é onipresente!”Agora, a segunda:“… mas é imprevisível!”

Jamais espere ouvir “Eu te amo” num jantar à luz de velas no dia dos namorados.

Ou receber flores logo após a primeira transa.O amor, odeia clichês.

Você vai ouvir “eu te amo” numa terça-feira, às quatro da tarde… depois de uma discussão, por você ter gostado do filme e ele não…e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovada no teste de baliza…

Idealizar é sofrer!

Amar é surpreender!

Amem sempre, pois (não é mera pieguice) tudo passa, no fim, só o amor, permanece!


Martha Medeiros

" Somos inocentes em pensar, que sentimentos são coisas passíveis de serem controladas. Eles simplesmente vêm e vão, não batem na porta, não pedem licença. Invadem, machucam, alegram (...) "

Caio Fernando Abreu

nada existe de grandioso, sem paixão!*

*frase de Shakespeare

G- E- N- I- A- L !!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

muito sobre mim

"Sobre cada dia ela se equilibrava nas pontas dos pés, sobre cada frágil dia que de um instante para outro poderia se partir e cair em escuridão. Mas ela milagrosamente o atravessava e exausta de alegria e cansaço chegava a dormir para o dia seguinte surpreendida, recomeçar."

Clarice Lispector

simples assim quero ser!


Tudo o que é belo tende a ser simples. A a beleza anda de braços dados com a simplicidade. Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins. Vida que se ocupa de ser só o que é. Não há conflito nas bromélias, não há angústia nas rosas, nem ansiedades nos jasmins. Cumprem o destino de florirem ao seu tempo e de se despedirem do viço quando é chegada a hora. São simples. Não querem outra coisa, senão a necessidade de cada instante. Não há desperdício de forças, não há dispersão de energias.

Tudo concorre para a realização do instante. Acolhem a chuva que chega e dela extraem o essencial. Recebem o sol e o vento, e morrem ao seu tempo. Simplicidade é um conceito que nos remete ao estado mais puro da realidade. A semente é simples porque não se perde na tentativa de ser outra coisa. É o que é. Não desperdiça seu tempo querendo ser flor antes da hora. Cumpre o ritual de existir, compreendendo-se em cada etapa. Já dizia o poeta: "Simplicidade é querer uma coisa só". Eu concordo com ele.

O muito querer nos deixa complexos demais. Queremos muito ao mesmo tempo, e então nos perdemos no emaranhado dos desejos. Há o risco de que não fiquemos com nada, de que percamos tudo. Aquele que muito quer corre o risco de nada ter, porque o empenho e o cuidado é que faz a realidade permanecer. O simples anda leve. Carrega menos bagagem quando viaja, e por isso reserva suas energias para apreciar a paisagem. O que viaja pesado corre o risco de gastar suas energias no transporte das malas. Fica preso, não pode andar pelo aeroporto, fica privado de atravessar a rua e se transforma num constante vigilante do que trouxe. A simplicidade é uma forma de leveza.

Nas relações humanas ela faz a diferença. O que cultiva a simplicidade tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive. Não cria confusão por pouca coisa; não coloca sua atenção no que é acidental, mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena.

Pessoas simples são aquelas que se encantam com as coisas menores. Sabem sorrir diante de presentes simbólicos e sem muito valor material. A simplicidade lhe capacita para perceber que nem tudo precisa ter utilidade. E por isso é fácil presentear o simples. Dar presentes aos complicados é um desafio. Não sabemos o que eles gostam, porque só na simplicidade é possível conhecer alguém. Só depois que as máscaras caem pelo chão e que os papéis são abandonados a gente tem a possibilidade de descobrir o outro na sua verdade. Eu gostaria de me livrar de meus pesos.

Queria ser mais leve, mais simples. Querer uma coisa só de cada vez. Abandonar os inúmeros projetos futuros que me cegam para a necessidade do momento. Projetos futuros valem à pena, desde que sejam simples, concretos e aplicáveis. Não gostaria que a morte me surpreendesse sem que eu tivesse alcançado a simplicidade. Até para morrer os simples têm mais facilidade. Sentem que chegou a hora, se entregam ao último suspiro e se vão. Tenho uma intuição de que quando eu simplificar a minha vida, a felicidade chegará em minha casa, quando eu menos esperar.


Fábio de Melo

quarta-feira, 12 de maio de 2010



''Era uma vez um menino que amava demais. Amava tanto, mas tanto, que o amor nem cabia dentro dele. Saía pelos olhos, brilhando, pela boca, cantando, pelas pernas, tremendo, pelas mãos, suando. (Só pelo umbigo é que não saía: o nó ali é tão bem dado que nunca houve um só que tenha soltado).O menino sabia que o único jeito de resolver a questão era dando o amor à menina que amava. Mas como saber o que ela achava dele? Na classe, tinha mais quinze meninos. Na escola, trezentos. No mundo, vai saber, uns dois bilhões? Como é que ia acontecer de a menina se apaixonar justo por ele, que tinha se apaixonado por ela?O menino tentou trancar o amor numa mala, mas não tinha como: nem sentando em cima o zíper fechava. Resolveu então congelar, mas era tão quente, o amor, que fundiu o freezer, queimou a tomada, derrubou a energia do prédio, do quarteirão e logo o menino saiu andando pela cidade escura -- só ele brilhando nas ruas, deixando pegadas de Star Fix por onde pisava.O que é que eu faço? -- perguntou ao prefeito, ao amigo, ao doutor e a um pessoalzinho que passava a vida sentado em frente ao posto de gasolina. Fala pra ela! -- diziam todos, sem pensar duas vezes, mas ele não tinha coragem. E se ela não o amasse? E se não aceitasse todo o amor que ele tinha pra dar? Ele ia murchar que nem uva passa, explodir como bexiga e chorar até 31 de dezembro de 2978.Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar. Um polvo que se agarrasse a ele -- se tem oito braços para os abraços, por que não quatro corações, para as suas paixões? Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo.Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou. O que o menino não sabia era que seu amor era maior do que o mar. E o amor do menino fez o oceano evaporar. Ele chorou, chorou e chorou, pela morte do mar e de seu grande amor.Até que sentiu uma gota na ponta do nariz. Depois outra, na orelha e mais outra, no dedão do pé. Era o mar, misturado ao amor do menino, que chovia do Saara à Belém, de Meca à Jerusalém. Choveu tanto que acabou molhando a menina que o menino amava. E assim que a água tocou sua língua, ela saiu correndo para a praia, pois já fazia meses que sentia o mesmo gosto, o gosto de um amor tão grande, mas tão grande, que já nem cabia dentro dela.''
Antonio Prata

per-di-da-men-te saudosa

...'Nem é a boca que faz graça, é o coração. Não tem como medir nem calcular o tamanho do bem querer e a falta que ele já faz quando ainda nem foi embora. Dai você sente um perfume e lembra do pescoço. Ouve uma canção e lembra da boca. Cruza com uma camisa e lembra do braço, dos abraços dados. Veja bem, meu bem, ai já era. Você está per-di-da-men-te saudosa no amor...'

Vanessa Leonardi

certezas


... 'eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E que entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz: A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.'


Tati Bernardi

terça-feira, 11 de maio de 2010


“Não é com ira, mas com riso que se mata.”



o genial, Frederich Nietsche

segunda-feira, 10 de maio de 2010

oferta



Oferecer - Offer (Alanis Morissete)

'Quem, quem sou eu para entristecer?Diante de minha família e sorte
Diante de meus amigos e minha casa

Quem, quem sou eu para me sentir sem vida?Quem sou eu para me sentir esgotada?Diante de minha saúde e meu dinheiro

E onde, aonde eu vou para me sentir bem?
Por que eu ainda procuro externamente?
Quando está claro que isso não funcionará

É minha virtude continuar quando não sou capaz?
E é meu trabalho ser extraordinariamente preocupada com os outros?
Minha generosidade me desabilitou por
esse meu senso de tarefa a oferecer

E por que, por que eu me sinto tão ingrata?
Eu que estou muito além de apenas sobreviver
Eu que vejo a vida como uma ostra

É minha virtude continuar quando não sou capaz?
E é meu trabalho ser extraordinariamente preocupada com os outros?
Minha generosidade me desabilitou por
esse meu senso de tarefa a oferecer

E como, como ouso descansar em minha glória
Como ouso ignorar uma mão estendida?
Como ouso ignorar os países de terceiro mundo?

É minha virtude continuar quando não sou capaz?
E é meu trabalho ser extraordinariamente preocupada com os outros?
Minha generosidade me desabilitou por
esse meu senso de tarefa a oferecer


Quem, quem sou eu para entristecer?'


Música linda, que acabei de conhecer, pra alegrar essa segunda-feira nublada!
:)


"Mas o amor não existe para fazer a gente feliz?"
Charlie Brown

sexta-feira, 7 de maio de 2010

consequências


Soltava sorrisos ao vento
e ouvia:
-Uma hora, eles voltam pra você
.

sobre colheitas


... os detalhes mais importantes na vida da gente são soprados pelo coração
e 'que a vida dá sempre motivos para florescer pelos olhos.'
Eu acredito nela
e além de florescer pelos olhos,
me faz florescer também o coração.
Vanessa Leonardi

das renovações diárias...


...Levanto com um coração mais 'inventivo' e sorridente. Vou regar a semente de girassol que chamei de Esperança. Suponho que ela venha à tona. Sem saber se vem mesmo. E mesmo que não venha, mesmo assim, ela já está florida no meu coração.


Vanessa Leonardi



... A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência?


Ana Jácomo

quinta-feira, 6 de maio de 2010

inteligente isso hein...

'Conta-se que Buda em uma de suas peregrinações pela cidade da Ìndia fora recebido em uma delas com muitas ofensas por parte de uma mulher que não se cansava de em altos brados dirigir-lhe xingatórios.
Impertubável o iluminado respondeu:
-Minha irmã, você está me oferecendo um presente que é seu, fique com ele que eu não quero aceitá-lo!'

Paulino Garcia

Que não seja imortal,
posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Morais

era uma vez a: PAIXÃO!

'Era uma vez o Ernesto, um menino que gostava muito de (chatear) as meninas e principalmente a Salomé.
Era uma vez a Salomé, a menina que foi contar à mãe tudo o que o Ernesto lhe tinha feito.
Tudo: puxado o cabelo, agarrado o capuz, arrancado os óculos, de próposito.
Então a mãe disse-lhe que o Ernesto com certeza queria brincar com ela, mas que não sabia como pedir-lhe. A mãe disse-lhe ainda que talvez o Ernesto estivesse apaixonado pela Salomé...






No recreio, a Paula perguntou:
- Apaixonado pela Salomé! O que é isso? Apaixonado?
Mas a Salomé também não sabia o que era isso, a-apai-xo-na-do.
O que o Abel sabia era que se podia cair, cair de paixão por alguém.
A Salomé já tinha caído muitas vezes de bicicleta, mas de paixão, nunca!
- Os apaixonados só existem nos contos!- afirmou o Guilherme.
- Pois é!
- Com príncipes e princesas.
- Com roupas lindas?
- E com espadas?
- Com reis e rainhas?
- E dragões!
- Então os apaixonados não existem? - perguntou a Salomé.
A Justina acha que estamos apaixonados quando nos sentimos tristes ou muito tímidos e sobretudo quando coramos muito.
- Quando ficamos hipnotizados! - exclamou.
A Salomé concluiu que enlouquecemos um pouco quando estamos apaixonados!




A pequena Ana já tinha ouvido falar de paixão, uma espécie de raio que nos atinge.
- Um raio de fogo!
- E queima?
- É como um relâmpago!
- É uma trovoada!
- Mas afinal chove?
Então a Salomé pensou que era melhor ter um guarda-chuva para estar apaixonado!
Mas o Aristides disse que estar apaixonado está no coração.
- Quer dizer que sentimos uma dor no coração?
- Que dá febre?
- E que nos tira as forças?
- Ficamos doentes?
- Como é cansativo estar apaixonado! - suspirou a Salomé.'


Rebecca Dautremer

'você vai enriquecendo em fé.' Caio.

Da caixa de lápis, fecha os olhos e tira uma cor. Verde. De esperança mais verde. Re-começa porque amanhã é segunda-feira. Mesmo manca de alguns sonhos. Mesmo cambaleando de uma das pernas. Mesmo magra das ideias. Está sempre à espera de uma mesa farta. Como se assim, pudesse sentar-se a frente de si mesma enfeitiçada de sabores.

A vida se esvai em cada novo momento. E eu, sempre fiel àquilo que creio. Aquela espera infantil da fresta de luz embaixo da porta me faz ter coragem para enfrentar o peso dos medos antigos, que demoram a dormir. Aquela ânsia em ser-me boa e tanto bem, sinto agora mais que nunca. Sou eu. Mas só sou com os felizes. Fique sabendo que a alegira cresce conforme a quantidade de pensamentos bons que se coloca nas coisas que a gente faz. E foi que aqui, a alegria cresceu. Só cresce. Ora, eu já sabia desse verbo que conjugo na frente do espelho todamanhã. É acreditar. É desejar. É meu por direito. É. Sem pressa nenhuma de ser pretérito.

Vanessa Leonardi
'...podemos reeducar nossas mentes
a viver com qualidade e humor,
com mais alegria, precebendo o lado bom de cada coisa, de cada pessoa (...)
Há sempre um perfume escondido, um lírio no pântano, uma beleza disfarçada'


Madre Tereza de Calcutá

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A bordinha do pão, até pouco menos de dois centímetros pra dentro, não esquenta e dá pra pegar da torradeira com a mão mesmo. Daqui a pouco começam os ônibus e britadeiras e infinitos passos. Sempre logo que eu acordo eu penso que nunca mais vou acordar. Nunca mais. Mas a bordinha do pão, os ônibus, as britadeiras, os passinhos. Isso é só o começo, daqui a pouco também tem os passarinhos. Tem também um lance do teto começar a pesar em mim, como se até o estado de não ter estado nenhum fosse insuportável. Estômago não é lugar de se guardar vida, meu estômago explica pra mim já doendo de uma dor sempre nova, como se todo dia eu tomasse um pouquinho de susto por nascer. Eu fico sem saber qual seria a outra saída então. Ou entrada. É tudo a mesma coisa e sempre. E lá vem a anorexia de guardar qualquer que seja a sensação, até a de não ser nenhuma. Pulo logo e me chacoalho, uma tentativa de esvair de mim esse sebo de coisas que me incomodam e grudam em mim e cada vez mais e vou me derrubando pelo dia pra poder, mais tarde, sossegar de novo. Meu quadrado de ar e silêncio. Pra fora desse quadradinho ainda escuro tem tudo aquilo que já vi ontem e ontem e ontem e ontem e não cheguei a conclusão nenhuma. Eu não vou acordar nunca mais. Vou ficar aqui, onde a pressão não cai, os sinais de procura não gemem, as pessoas não me convidam pra falar em cidades longe daqui, gente não inventa de gostar ou não de mim. Deitada não tem intenção, queda, dor no pescoço, conta bancária, gente que me olha como se já tivesse comido meu cu bêbado numa festa e guardasse esse meu segredo. É contra esse tipo de olhar de corujas escrotas que eu nunca faria nenhuma das coisas acima. Mas por alguma razão, é justamente por levar esses olhares a sério demais que sinto que perco parte do que poderia ser uma história filmada por anjos metidos a documentaristas de meninas quaisquer. Ninguém tem segredo nenhum a respeito de mim mas eu tenho tantos que acabei com tendinite de tanto por pra fora. Meu calo de vômito é no punho. Vomitar pelos dedos. O único jeito de não ter tanta vergonha de ser como sou, ainda que me perguntem “você não tem vergonha de escrever essas coisas?”. Vergonha eu teria de andar de quatro cagada no meio da Paulista. Vergonha eu teria de ser contada por alguém que jamais me contaria tão bem e com tanta verdade. É isso ou isso. Vai. A bordinha do pão pra pegar com os dedos sem queimar. Depois tomar chá gelado no gargalo da garrafa sem saber se está certo fazer ou dizer assim. Depois os e-mails todos. Vai lá. O jornal. Saber um pouco de política só pra não fazer feio em jantares e ir a jantares só pra não fazer feio com amigos e ter amigos só pra não fazer feio com a vida. Mas no fundo, uma vontade imensa de não fazer porra nenhuma dessas. Mas vai, dura tão pouco e quando acabar, não gosto nem de imaginar a saudade que vou ter de mim. Porque no fundo, no fundo, isso que pode soar como tristeza é só uma constatação corajosa de que dói sentir tudo e inclusive (ou principalmente) a nós mesmos. Logo cedo, ainda que seja meu horário estranho, vem ainda mais seco e cortante. Daqui a pouco, nem bem o sol foi da planta à direita do meu sofá para a planta à esquerda, já estou vivinha até demais. As maldades e ironias e desconfianças e ódios tomaram seu lugar. Chegou o sargento que mora na minha pele, analisando com cara de cabeleireiro gay da Oscar Freire qualquer ser ou alimento que me seja oferecido. Comer é o símbolo de qualquer coisa que queira entrar dentro de mim e tenho horror a todas mas a maior ironia da vida é que morremos se não nos cedemos à boca aberta. Pra proteger o que somos precisamos não proteger o que somos. Agora diz se não tem alguém rindo da nossa cara? Mãe, traz uma sonda e enfia na minha jugular, não quero mais que esses dias sejam culpa minha. O Sol já está quase na minha porta. Já endureci o suficiente pra dizer que tenho horror aos escravos de palavras bonitas e ideias chatas. Aquele povo que não sabe o que falar do próprio nariz e diz apenas algo cabeçudo tipo “ele é adunco”. Tá, já sei que você decorou o dicionário, agora me explica o que você acha da porra do seu nariz? Já estou armada dos pés à cabeça e já posso sair às ruas com minha metralhadora e feiúra. Me arrumar bonita ou com pouca roupa também acontece, mas só eu sei depois a bronca que levo. Ser feia e enjaulada nos meus ferros me possibilita não ganhar nada com isso, até porque o que se ganha é pura tiração de onda com a nossa cara. Ah, a vida sorriu pra você? Ele te ama? Espere um pouquinho, querida. Tão te enganando. Até estar aqui, até ser você, tudo uma ilusão. Até desistir. Tudo ilusão. Os anjos documentaristas escreveram isso no seu roteiro mas daqui a pouco vem a merda toda porque filme sem dar tudo errado nem a Disney faz. Nem a Globo. Ainda que eles enganem a gente no final. Agora vai saber, se no nosso final, não acaba alguma coisa mesmo dando certo, tipo brinde do cosmos. Mas daí é o fim e você já está tão cansado que só uma cama já pode ser um final feliz. A morte é o final feliz. Só dançar é de verdade, nem sei direito, mas sinto assim. Então me escondo em algum momento do dia e danço um pouco. Pra falar a verdade eu danço muito. Daí já é quase fim de tarde. Falta pouco. Eu nunca sei exatamente para o quê, mas me acalmo com a sensação. As sensações sempre sabem mais do que a gente pode saber. Talvez por isso elas sejam terríveis. Talvez por isso doam tanto meu estômago que se renega a acolher o impossível de digerir e classificar. Talvez por isso eu escreva. Talvez por isso eu não vá acordar nunca mais. Nunca mais. Até que eu descubro, quando o teto pesa e tudo aquilo, que o hoje só passa porque acordamos e assim se vai. Amanhã, amanhã. Pão e tudo. E passinhos e ônibus e passarinhos. Armaduras e belezas. E pensar que se você lê, meu amor, eu escrevo. E se você lê, meu amor, eu como. E se você lê, meu amor, eu continuo viva. É triste, mas se a gente pensar com carinho, é bem bonito.

Tati B., mas parece eu mesma.

terça-feira, 4 de maio de 2010

"Concede-me, Senhor,
a graça de ser boa,
de ser o coração singelo que perdoa,
a solícita mão que espalha,sem medidas,
estrelas pela noite escura de outras vidas
e tira d’alma alheia o espinho que magoa."

Helena Kolody

"Lembrar de você me aquece:
é feito um pé de sol que eu cultivo na memória."

Ana Jácomo