sexta-feira, 23 de abril de 2010

oh happy!



A felicidade pode ser mais assustadora do que a própria tristeza. Tristeza é resignação, já disse alguém por aí. Você sabe o que fazer com ela. Você se joga na cama e fica lá por dias e chora rios e rios na tentativa de arrancar algum vírus ruim, na tentativa de que ele saia com as lágrimas, você se entope de chocolates e sorvetes, você passa a morar no ombro da sua melhor amiga e aluga os ouvidos dela sem prazo para entregá-los de volta. Você assiste filmes românticos e lamenta a sua dor, ouve aquela música que dá o nó no estômago, lê o seu trecho favorito do seu escritor favorito que sempre tem a coisa certa a dizer nessas horas. Mas e a felicidade? O que a gente faz com ela? A gente fica com medo. A gente fica com medo porque quando encontramos alguém que é capaz de nos deixar assim tão leves, tão claros, não queremos que aquilo acabe nunca mais. E todo mundo sabe que viveram felizes para sempre é histórinha pra criança dormir. Eu já mandei minha felicidade embora muitas vezes simplismente por não ter a menor idéia do que fazer com ela, deixei que ela passasse porque estava mais acostumada a lidar com o meu caos pessoal. E dessa vez não quero que isso aconteça. Dessa vez olhei pro meu pessimismo e decidi encará-lo. Ele me disse que vai doer depois, que quanto maior a altura, maior a queda. Eu disse que queria arriscar. Por favor, deixa, pelo menos dessa vez, deixa eu saber como é! Ele não queria, mas no fim das contas teve que ceder, afinal quem manda aqui ainda sou eu! Agora eu passeio com ela todos os dias, nos tornamos grande companheiras. Eu e a minha felicidade, a minha felicidade e eu. Ás vezes ainda nos estranhamos, ás vezes ela ainda me deixa um pouco desconfiada. É que ás vezes ela chega tão decidida a se juntar a mim no meio da noite, entre um abraço e outro, entre uma palavra doce e outra. E de vez em quando, o meu pessimismo tenta se sobressair e me dizer pra tomar cuidado, pra não dar muita trela. Mas parei de ouvi-lo, confesso que a presença da minha nova amiga é muito mais agradável e cheia de vida, e sinceramente, sempre gostei mais do colorido que do cinza! Tô pagando pra ver sim, tô com a cara exposta sim, e pode doer o quanto for, podem maldizer o quanto for, o sorriso que eu levo hoje apaga todos os outros rastros. Eu aprendi, aos trancos, que ser feliz não dói. Ser feliz não dói. Confia em mim, não precisa ter mais medo - ela me disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário